I Colóquio de Educação Libertária – 100 Anos da Morte de Francisco Ferrer

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DIPLOMA DE JORNALISTA É PERFUMARIA


MANIFESTO CONTRA A HIPOCRISIA

        O diploma não está ameaçado porra nenhuma. Acabou. Não é por
acaso que a Rede Globo garante que continuará prestigiando as escolas
de “comunicologia” e que, por outro lado, irá abrir espaço a
especialistas de outras áreas. O PRBS, também, promete que vai
continuar valorizando os cursinhos da perfumaria. É só uma
flexibilização. A ditadura midiática ganha “ares de diversidade”. A
medida não altera porra nenhuma em termos da produção das
atuais ”informações ficcionais”, dos releases das assessorias de
imprensa. Associar “qualidade da informação” com diploma é deboche. Até
mesmo na história recente de Zerolândia esta associação é piada. Uma
redação com hegemonia de profissionais sem diploma era dirigida
pelo Lauro Schirmer. Dava para ler. Uma redação hegemonizada pelos com
diploma e direção de Marcelo Rech vai para história do lixo.
       Ninguém diz nada sobre a conjuntura em que o diploma foi
criado. Assim, como ninguém diz nada sobre a conjuntura atual, a do fim
do diploma. É preciso, no entanto, assinalar a característica básica
dos dois momentos: ditadura militar e ditadura midiática. Absoluta
falta de democracia. Ditabrandas. O MST pode dizer algumas coisas
interessantes sobre o tema. Na militar, as redações eram
“controladas” por intelectuais de esquerda. A ditadura precisava de
“profissionais” com outro perfil. No começo foi quase impossível. A
meninada (com o diploma) mandava “bala” contra a ditatura. E os
“velhos” jornalistas prestigiavam. No mínimo faziam vistas grossas. Na
atualidade, o fim do diploma “flexibiliza” e reforça os cursinhos
técnicos de comunicologia. Uma adeguação ao Deus Mercado. A grande
novidade – e a mídia corporativa precisa – será a formação
de showrnalistas especializados na transmissão de infográficos online.
Ou de “especialistas” em segurar microfone. Isso tudo é uma grande
piada. 
       Está aberta, no entanto, a possibilidade de implodirmos com os
cursos de “comunicologia”, pela esquerda. Está aberta a possibilidade
de formação de JORNALISTAS marginais, subversivos e da periferia. Este
cursos populares darão prioridade à formação do caráter. Não
esquecendo, é claro, que a esquerda  sabonete é um zero à esquerda. Uma
idéia anarquista. Em 20 anos de Fabico (Faculdade de Biblioteconomia e
Comunicação da UFRGS) nunca tive um aluno negro que não fosse africano.
Não tive em aula um estudante de JORNALISMO morador da Lomba do Pinhero
(periferia de PA). Estamos de olho na possibilidade de construção
de ESCOLAS DE JORNALISMO na periferia. Currículo de Agiprop (agitação e
propaganda). Contra o sistema. Luta de classes existe, sim. O
“showrnalismo” que a mídia corporativa faz ficará “melhor”. Zerolândia
ficará melhor “qualificada”. Especialistas (não diplomados) poderão
brilhar. 
       Comecei na profissão com Marcos Faerman (Marcão), trabalhei com
Pilla Vares, João Aveline e José Onofre; tive aulas de marxismo e de
jornalismo com Marco Aurélio Garcia, criador do primeiro Caderno de
Cultura de ZH; também tive algumas lições de jornalismo com Jefferson
de Barros. JORNALISTAS eram intelectuais e de esquerda. O diploma que
predominava era o de advogado. Nenhum jornalista da República de
Livramento (Bicudo e outros) tem diploma. Acho que o Trindade e o
Vieira também não. Boa parte da redação da Folha da Manhã, da
Caldas Junior, não tinha diploma. O decreto que cria a habilitação em
Relações Públicas, dentro dos cursos de “comunicologia”, foi assinado
pelo Jarbas Passarinho e o Delfim Neto. Não consegui o registro por ter
passado uma temporada na cadeia. Fui obrigado a fazer a faculdade.
Tenho o tal do diploma. Sou professor por um descuido do sistema. 
       Os atuais cursinhos técnicos de “comunicologia” continuarão
formando o pessoal que é treinado para escrever 30 linhas. (ponto) Bons
de telefone. (ponto) Ou então com qualificação para buscar release na
Secretária de Segurança Pública. (ponto). Para os que possuem o DNA da
profissão o diploma é um detalhe. E quando não existia Internet o cara
“cascateava” e não tinha como denunciar. A informação ficava restrita
ao meio profissional. Agora, o cara “cascateia” e um blogueiro (não
showrnalista) denuncia e é processado. A rede de conivências
corporativas é silenciosa. Só faz estardalhaço na defesa da “liberdade
de imprensa”, deles. Os atuais “showrnalistas”, todos diplomados, são e
continuarão sendo cartógrafos do sistema. Mapeadores serviçais das
elites. Nenhum dos 30 melhores alunos que tive em 20 anos de Fabico
trabalhou em Zerolândia, poucos andaram (passagens rapidíssimas) por
outros veículos da mídia  corporativa e todos, literalmente todos,
exercem a profissão comprometidos com a vida. Acho que dei minha
contribuição na formação destes JORNALISTAS. Para todos eles o diploma
foi um detalhe. Uma imposição burocrática e autoritária. Quase sempre
de professores que não deram certo na profissão. Ou de acadêmicos que
nunca passaram nas proximidades de uma redação.
        Professores qualificados com o dinheiro público (mestrado e
doutorado), com pouco tempo de serviço nas salas de aula das
instituições públicas, hoje aposentados, trabalham nas particulares. E,
estranhamente, professores que passaram grande parte de suas
vidas lecionado nas universidades privadas acabam se aposentando pelas
instuições públicas. Concursados, é claro. É a rede. Sim, a rede de
conivências corporativas.
       O que vai contecer? Não sei. A todos os piratas, hackers e
anaquistas  e loucos, de um modo geral, desejo sucesso na multiplicação
dos espaços de liberdade. A clandestinidade exige atenção, humildade,
intuição e pode ser o caminho para o exercício do JORNALISMO com o
velho sentido da profissão. Propomos a multiplicação de planfletos
eletrônicos. A realização de bacanais. De orgias eletrônicas
planfletárias contra o sistema. Pela realização dos prazeres criminosos
e ilegais. Abandonamos a idéia dos piquetes. O melhor é vandalizar. Não
significa porra nenhuma protestar. Queremos atos de desfiguramento. Não
aceitamos os estúpidos disperdícios como, por exemplo, a imensa
quantidade de papel gasto em jornais de merda. Lutamos pela
destruição dos símbolos dos impérios da “comunicologia”. Zerolância é
criminosa. Aliena. O diploma não está ameaçado porra nenhuma. Nunca
esteve. Acabou. (ponto) Fotografem a miséria conversando com os
miseráveis. Aprendendo com eles. Pela ação dos marginais, dos que estão
à margem, avançamos contra a barbárie.
       Jornalistas, como agentes da subversão, nunca se inscrevem para
concorrer a prêmios. E muito menos ainda para o Prêmio Ari-Gó. Não são
os “showrnalistas” que são premiados, mas as empresas para quais
vendem  a alma. É tudo matéria 500. É parte da política de relações
públicas. A Esso criou o Repórter Esso para combater a campanha do
Petróleo é Nosso. E o “camarada” Lula poderá ser presidente do Banco
Mundial.
        Viva Hélio Oticica e os parangolés!!!  Queremos tudo
Zensentido. Glauber Rocha não tinha diploma de porra nenhuma. E,
assim, ameaçava a burguesia. Como dizia o velho guerreiro Chacrinha:
“quem não se comunica se trumbica”.               

                        Mil desculpas
                        se às vezes
                                perco o ímpeto
                        radical
                                       Da raiz
         PALAVRAS como estiletes
                                    CORTANTES. 

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Marcha da Maconha Porto Alegre

Sábado (09-05-2009)

 

Uma das manifestações mais esperadas do ano, a
Marcha da Maconha, aconteceu no último sábado em Porto Alegre no Parque
Redenção, com a concentração às15h. A marcha reuniu 500 manifestantes
para pedir a legalização do uso da erva, superando às espectativas de
muitos. Este foi o primeiro ano que foi permitido pela justiça a
realização da marcha. No ano passado, os membros do coletivo Princípio
Ativo organizaram uma intervenção urbana, pois o habeas corpus
preventivo garantindo a manifestação sobre o assunto só foi concedido
um dia antes da data.

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Organizada pelo coletivo Princípio Ativo, a marcha
saiu às 15h30min do Monumento do Expedicionário, fazendo a volta no
chafariz da Redenção e voltando ao ponto de partida. Neste pequeno
espaço de tempo, os ativistas demonstraram seu repúdio à atual política
repressiva às drogas adotada pelo governo brasileiro. A manifestação
foi pacifica, aos gritos "Chega de morte, chega de prisão, queremos já
a legalização", os manifestantes construíram um diálogo com a população
da cidade. Os manifestantes realmente fizeram história nesse dia,
quebrando preconceitos e mostrando visões diferentes em lidar com a questão das drogas.

 

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O número de veículos de imprensa que se encontrava no momento foi incrível. Mais incrivelmente ainda, foi a inexistência
de matérias nos jornais televisivos e escritos, salvos pequeníssimas
resenhas, diminuindo o evento. "Acontece que a marcha ocorreu de tal
maneira que era praticamente impossível falar dela sem falar bem", diz
um dos organizadores. Este episódio serve para mostrar como são
manipuladas as noticias pela grande mídia de modo a passar uma visão
específica da realidade e esconder o que não é do interesse da linha
ideológica da empresa a ser mostrado. Numa época em que a mídia
corporativa faz seu papel histórico de aterrorizar a população a
respeito das drogas passando uma visão incompleta e superficial da
questão sem se chegar a raiz do problema, ocorrer uma manifestação como
essa que propõe uma mudança da política sobre drogas é encarado como
uma ameaça ao objetivo dessas empresas e os setores da sociedade que
elas estão ligadas. A mídia alternativa então mostra a sua importância,
pois é a única fonte alternativa à mídia corporativa. O Princípio Ativo
está produzindo um vídeo da marcha, agrupando filmagens de diversas
pessoas e editando, com previsão de lançamento ainda essa semana.
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principio-ativo – blog

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Ação Pró Palestina em Alegrete

Enquanto
Israel promove abertamente o terrorismo de estado, do qual a ONU e a
Comunidade Internacional são cúmplices, Alegrete se manifesta.

A
cidade Natal do Primeiro embaixador da Organização das Nações Unidas,
Osvaldo Aranha (principal articulador da criação do estado de Israel em
1945), iniciou o ano repudiando a guerra terrorista de Israel contra o
povo palestino em um ato simbólico.

Um dos vários bustos do
diplomata que existe na cidade amanheceu com um saco manchado de
vermelho na cabeça. O Vermelho que representa o sangue palestino
derramando em anos de guerra escorreu sobre as inscrições: "OSVALDO ARANHA, CRIADOR DE UMA GUERRA" e "PALESTINA LIVRE".

Como
era de se esperar, o ato foi classificado como vandalismo pela mídia
local que, atuando de acordo com os interesses da elite da cidade,
sempre se empenhou em escamotear todas as manifestações de cunho
político que surgem na cidade.

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Indígenas ocupam Funai em Passo Fundo e exigem demarcação

Indígenas Kaingang das comunidades do Morro do Osso (em Porto Alegre), Lajeado, Farroupilha e em Iraí exigem a criação de Grupos de Trabalho (GTs) para fazer o laudo técnico das terras a fim de avançar no processo de demarcação. Atualmente, existem 15 acampamentos Kaingang no RS. 

Porto Alegre (RS) – Noventa indígenas da etnia Kaingang ocuparam a administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) na cidade de Passo Fundo, no Norte no Estado. Eles estão no local desde a terça-feira (25) de manhã e exigem a criação dos Grupos de Trabalho (GTs) para fazer o laudo antropológico de quatro áreas, a fim de iniciar o processo de demarcação.

O integrante do Movimento de Resistência Indígena (MRI), Augusto da Silva, conta que em Abril de 2007 a Funai fez uma reunião em Passo Fundo com lideranças para dar andamento à criação de três GTs para cuidar das áreas Kaingang. Diversos encontros foram feitos, mas até hoje os grupos não foram criados.

"A luta das lideranças é a criação de GTs [Grupos de Trabalho] para fazer o laudo antropológico dessas terras. Se o laudo comprovar que as terras são de ocupação tradicional, as terras vão ser demarcadas", diz.

A direção da Funai em Brasília deve se pronunciar sobre as reivindicações. Os indígenas aguardam um documento que estaria sendo enviado para a administração de Passo Fundo a fim de acelerar o processo do laudo. De acordo com a administração regional do órgão, o grupo que realizará o estudo ainda está sendo contratado.

Augusto afirmou que os indígenas somente deixarão o prédio da Funai se o documento que vier de Brasília avançar nas reivindicações.

"Enquanto não houver uma resposta positiva em relação às nossas terras, não vamos sair da Funai de Passo Fundo", afirma.

As terras indígenas reivindicadas são as do Morro do Osso, em Porto Alegre, Lajeado, Farroupilha e Iraí. Atualmente, existem 15 acampamentos Kaingang que esperam demarcação de suas terras no Rio Grande do Sul.

Fonte: Agência Chasque

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Pontal do estaleiro é aprovado

Porto Alegre (RS) – Nesta quarta-feira (12), foi aprovado o projeto Pontal do Estaleiro por 20 votos favoráveis e 14 contrários na Câmara Municipal de Porto Alegre, na Capital gaúcha. Agora, o projeto será avaliado pelo Executivo.

O projeto de lei complementar nº 006/2008 altera a lei 470/2002, que define o regime urbanístico na área do antigo Estaleiro Só, na orla do Guaíba. O Pontal do Estaleiro prevê a construção de quatro prédios residenciais com 12 metros de altura cada um, com estacionamento subterrâneo, um edifício comercial de 12 andares com 195 salas e um flat também de 12 andares, com 90 apartamentos.

Movimentos sociais e entidades ambientalistas repudiam a aprovação do projeto, que para eles vai ser o pontapé inicial da privatização da orla do Guaíba, que deve ser pública. Além disso, o empreendimento vai causar impactos ambientais e urbanísticos na região. Paulo Guarnieri, do Fórum Municipal de Entidades, avalia que a mobilidade urbana vai ser a mais afetada.

“Na Ponta do Melo é um gargalo viário dos mais estreitos de Porto Alegre, tem de um lado o morro e do outro, o rio. Botando 1.500 estacionamentos e mil apartamentos em cima da Ponta do Melo, nós vamos estrangular a cidade e a única opção que vai restar é aterrar o rio para dar acessibilidade ao povo ”, diz.

Os vereadores que se posicionaram a favor do projeto defendem que o Pontal do Estaleiro vai trazer desenvolvimento para a cidade. O vereador Alceu Brasinha (PTB), autor do projeto, afirma que o empreendimento vai revitalizar a orla do Guaíba, hoje abandonada pelo poder público.

“O projeto é bom, eu queria que tivessem mais três, quatro Pontal do Estaleiro para construir, porque tem coragem de investir um dinheiro para levar Porto Alegre na frente, cada vez mais. Mas Porto Alegre não pode, por quê? Porto Alegre tem que avançar”, diz.

No entanto, vereadores contrários ao projeto apontam que a construção dos prédios residenciais não está prevista no Plano Diretor da cidade. Eles entendem que é ilegal alterar uma lei municipal em favor de um empreendimento. Por isso, votaram pelo adiantamento da votação e defenderam a realização de um plebiscito para que a população pudesse participar da decisão. Porém, ambas medidas não foram aceitas pelos demais vereadores.

Segundo o vereador Guilherme Barbosa (PT), o projeto também é ilegal, porque deveria ter sido proposto pelo Executivo para depois entrar em votação na Câmara de Vereadores. E não ao contrário, como aconteceu.

“O artigo 62 do Plano Diretor Urbano e Ambiental diz explicitamente: projeto de impacto segundo nível, como esse, deve ser encaminhado pelo Executivo, depois dos conselhos municipais ligados ao assunto. Não tem nenhum estudo, nem posição de conselho”, diz.

Com a aprovação do projeto, o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rodolfo Mohr, garantiu que os estudantes e entidades vão pressionar o Executivo para que o Pontal do Estaleiro não seja aprovado pelo prefeito José Fogaça.

“As medidas são para ganhar tempo, porque o principal é informar a população de Porto Alegre, reverter a opinião pública e promover o desgaste desses que só governam e legislam em prol dos grandes empresários”, diz.

Fonte:Agência Chasque

Veja mais sobre:Diário Gauche

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ReQuebrando a Consciência – Porto Alegre, 09 de Novembro de 2008

09/11/08
– Domingo – Etapa Final: Centro – Usina
do Gasômetro
(Av.
Presidente João Goulart , 551)


14h (sala 400)
Plenária da Rede
Juventudes de Porto Alegre e
apresentação das organizações, Oficinas de Graffiti
e Vídeo

16h
(pátio da Usina)
– Shows:
Os
Dionísios, Revolução
RS, Maracatu
Truvão

O
projeto "Requebrando a
Consciência! – pensando a cidade, mudando o mundo" é uma realização das
JMC’s –
Jovens Multiplicadoras de Cidadania (ONG Themis – Assessoria Jurídica e
Estudos
de Gênero), do Grupo Atitude! – protagonismo juvenil e da Rede
Juventudes de
Porto Alegre – uma articulação de organizações de juventudes da cidade.
Foi
conquistado através da participação ativa e resistente no Orçamento
Participativo de Porto Alegre – Temática de Cultura, sendo uma das
únicas
demandas destas organizações a ser atendidas pela Prefeitura de Porto
Alegre.

Os
encontros realizados
nas comunidades do Morro da Cruz (02/08), da Restinga (23/08) e da Bom
Jesus
(14/09) foram extremamente importantes para o empoderamento das
juventudes e
para a experimentação da autonomia das organizações locais. O encontro
final pretende ser um momento de
compartilhamento
de saberes, trocas de experiências, expressão das diversidades,

avaliação do
processo e indicação de novos desafios.

O
projeto pretende contribuir
no
processo de transformação social, considerando as juventudes como
sujeitos
sociais estratégicos que, apesar de suas singularidades, têm os mesmos
direitos
de exercício da cidadania, do livre pensar e expressar.

Para
tanto, pretende-se
construir uma ação coletiva que venha a estimular pensamentos críticos
em
relação às inúmeras dimensões da existência em sociedade. Repensar
a realidade através de elementos significativos nas redes de
relações das juventudes, sendo as atividades marcadas pela expressão
das
diversidades, bem como pelo diálogo sobre as desigualdades.

Pretende-se
provocar o
olhar das juventudes sobre sua cidade, entendendo esta como espaço
social,
econômico, político e cultural de produção e reprodução de relações e
subjetividades. A
cidade como troca, mas também como negação. Como criação, ao mesmo
tempo como
imposição. Busca-se uma percepção da cidade enquanto singularidade, mas
também
como elemento constitutivo de uma totalidade hoje entrelaçada por novas
territorialidades, lógicas e direções mundializadas e unilaterais.
Pensar a humanidade
em suas
riquezas e possibilidades mais amplas, apesar de, contraditoriamente,
hoje imbricada por relações de exploração, dominação, intolerância,
padronização, individualismo, consumismo, normatização, negação de
direitos, utilitarismo, irresponsabilidade
ambiental e
demais violências…

Falamos
de contradições,
mas buscamos novas sínteses.

Desta
forma, romper com
perspectivas padronizadas é pensar em cultura e, portanto, em
diversidade. É
pensar nas diferenças, mas nas linhas tênues que as transformam em desigualdades. O
espaço da troca deve conter a infinidade de significados, de afetos, de
desejos
múltiplos. Pensar em uma nova sociedade é pensar em uma nova cultura,
mas
também preservar a bagagem cultural de cada povo, de cada grupo, de
cada
sujeito. Aprender, criar, preservar e refazer.

 

Um
dos desafios

é
,
portanto,
pensar, expressar, criar, propor e articular mecanismos alternativos,
democráticos, libertários e contra-hegemônicos de fruição das
diversidades de jovens
da cidade, radicalizando assim as possibilidades de empoderamento,
protagonismo
juvenil, autonomia e cidadania.

Como
somos singulares, mas
também somos o todo, vamos pensando a
cidade, mudando o mundo
. Vamos Requebrando
a Consciência!

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A Flor da Palavra – Curitiba, 29 de Novembro de 2008

Dia
29 de novembro, na cidade de Curitiba no Paraná, acontecerá o evento chamado A
Flor da Palavra. O evento, inspirado nos Zapatistas indo para
sua 9º edição, engloba uma série de atividades como oficinas, mesas de
debates e exposição, assim como trocas de experiências entre os
participantes.

Em
cada edição da Flor da Palavra as metodologias e resultados foram
diferentes, já que sempre se construiu os eventos em cima de uma
realidade local, mas sempre com um enfoque comum: a luta pela autonomia
dos povos e troca de impressões e experiências através da comunicação
gerando em conseqüência disso a informação e politização. A Flor da
Palavra nasce da necessidade de criar uma rede de solidariedade e
comunicação entre movimentos sociais, comunidades, organizações
populares e demais indivíduos que se pautem pela busca de alternativas
ao capitalismo e seus mecanismos de dominação que segregam e exploram
parte da sociedade a favor do aumento desenfreado de seus lucros.

Entre outras atividades previstas para esta edição estão: Bate-papo com integrantes do Movimento Passe Livre, conversa com o pesquisador Alexander Hilsenbeck Filho, exibição do documentário Zapatistas da Big Noise Film, e lançamento do livro "Nem No Centro, Nem Na Periferia" com os últimos comunicados da Selva Lacandona. Confira!

Material para Impressão com Programação provisória:

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Okupar é resistir

Originário
da contra-cultura dos anos 60, o movimento squatter ganhou o mundo com
seus ideais de solidariedade e afronta aos valores do sistema
capitalista.


 
Por Adriano Belisári, Revista de História da Biblioteca Nacional

Símbolo do Movimento OkupaEm
toda grande cidade, o abandono de imóveis contrasta com a massa de
desalojados. Enquanto sem-tetos buscam abrigo pelas ruas, proprietários
mantêm suas posses vazias com a esperança de vendê-las no futuro por um
preço vantajoso. Geralmente ignorada pelo poder público, a especulação
imobiliária não passa desapercebida pelos squatters. Nascido na
contra-cultura européia dos anos 60, este movimento ocupa espaços
urbanos ociosos para neles construir verdadeiros centros de resistência
cultural.

Formado basicamente por anarquistas, punks, hippies e comunistas, o
movimento squatter luta contra aquilo que os pesquisadores chamam de gentrificação. Trata-se de um processo de enobrecimento dos espaços urbanos, que ocorre principalmente em pontos centrais das cidades. A gentrificação ocasiona a remoção dos moradores de áreas consideradas degradadas em prol da recuperação econômica do local.

Squat Casa da Montanha em BarcelonaPor sua vez, os squatters promovem outro tipo de revitalização. Após
limpar o prédio abandonado, eles instalam serviços básicos, através de
"puxadinhos" de água, luz e gás. No entanto, a ocupação só é completa
quando o local passa a ser sede de atividades culturais, como a
instalação de bibliotecas, mostras de teatro e poesia e rádios
clandestinas. Eis, então, um autêntico squat. A legalidade de seu
funcionamento varia de acordo com a legislação do país. Enquanto em
muitas regiões a prática é considerada ilegal, na Holanda, por exemplo,
prédios abandonados por longos períodos podem ser ocupados sem
problemas judiciais.

Os squatters também são conhecidos como okupas. Entre eles, o termo
"ocupação" é grafado com K para diferenciar suas intervenções das
outras, marcando o caráter políticos de seus atos. A letra remete ainda
à cultura punk, que, ao lado do anarquismo, forneceu as diretrizes
básicas do movimento squatter. As ocupações são feitas em regime de
autogestão, sem chefes ou líderes. Para os squatters, a construção de
um espaço alternativo baseado em princípios de solidariedade e respeito
mútuo é uma forma de resistir ao pensamento capitalista, centrado nas
noções de propriedade privada e na massificação cultural.

Fundos do Squat Teimosia em Porto AlegrePara
quem acredita que anarquia é sinônimo de bagunça, não faltam exemplos
de organização squatter para provar o contrário. Em Londres, ficou
famoso o caso do Squat 121 Center, que após 18 anos de
existência foi desativado em 1999. Nele, entre outras atividades, os
okupas realizavam ações de amparo à população pobre da cidade. Em
relato à Revista Dynamite, Kuru, brasileiro ex-membro do squat inglês,
afirma que o grupo era formado em grande maioria por revolucionários e
pessoas ligadas à causa ecológica. "A gente ia aos lixos atrás dos
supermercados e feiras. Pegávamos tudo o que eles não queriam mais. Era
muita comida. Às vezes cozinhávamos para quase 100 pessoas", conta.

Pesquisador da Universidade do Estado de Santa Catarina, Cleber Rudy
estuda o movimento squatter e é autor de artigos sobre o tema. Em
entrevista concedida ao site da Revista História da Biblioteca
Nacional, Cleber comenta a atuação destes grupos no Brasil.


Adriano Belisári Na década de 60, surgiu na Holanda
o movimento Kraker, que possuía atuação bastante semelhante aos
squatters. Qual a sua influência na construção dos squats?
Cleber Rudy: A política squatter é fundamentada no
movimento punk-anarquista, compondo uma espécie de simbiose
squatter-punk. A máxima holandesa dos anos 80, "um punk é um squatter e
vice-versa", ainda que de forma amena, é também seguida no Brasil.
Neste sentido, apesar dos squatters brasileiro não agregarem os
dispositivos de resistência (rádios clandestinas, revistas, livrarias,
advogados especializados, etc) utilizados nas ocupações dos krakers,
este movimento holandês tornou-se um forte referencial de luta para os
ativistas nacionais. Por exemplo, em Curitiba, o squat Payoll mantinha
uma distribuidora de livros e de outros produtos chamada Kraakers, em
homenagem ao movimento dos anarquistas sem-teto de Amsterdã.


Manifestação Squatter em São PauloAB – Os squatters surgiram no Brasil na década de
90. Antes disso, há registro de grupos que promoviam a ocupação
sistemática de imóveis abandonados?
Cleber: Antes disso, o que se pode constatar são
alternativas comunitárias que tinham como peculiaridade o perímetro
rural, embasadas em princípios ecológicos ou esotéricos e envolvidas
pela contracultura hippie. Todavia, os squatters voltaram-se para as
áreas urbanas, optando por permanecer nas cidades e buscando soluções
ali mesmo, já que eram compostos por punks (outro movimento urbano)
motivados por perspectivas anarquistas. Eles buscavam saídas diante da
especulação imobiliária, defendendo novas maneiras de pensar e agir
como forma de resistência à organização capitalista da vida urbana,
principalmente nos grandes centros. 


AB – Quais os principais grupos ainda existentes no Brasil? Como suas atividades são vistas pela mídia e pelo poder público?
Cleber: Existem espaços que ainda resistem. Em
Atibaia, interior de São Paulo, há a Casa Reciclada. Na periferia de
Curitiba, temos a Kaazaa, um dos espaços mais antigos no Brasil, que já
completou 13 anos de ocupação. Em Blumenau, há o Corcel Negro. Em Porto
Alegre, a Kasa de Kultura. É muito raro a grande mídia dar cobertura a
estes movimentos e à trajetória destas experiências. Isto praticamente
só ocorre durante as ações de despejo. Todavia, os squatters possuem
seus próprios dispositivos de comunicação e divulgação, como os zines,
pequenos jornais feitos de forma artesanal e com uma tiragem reduzida.
Eles intercambiam informações entre grupos nacionais e internacionais,
relatando atividades e organizando encontros de confraternização entre
okupas.

Como o movimento squatter se coloca na contra-mão do estabelecido ao
desafiar interesses imobiliários e políticas urbanas, o poder público
tende a se mostrar hostil a tais iniciativas, não vendo distinções
entre espaços ocupados com finalidade de atuarem como centros culturais
e lugares usados como refugio para uso de drogas e depósito de furtos.
Desta forma, o poder público acaba implementando uma legislação, como a
efetivada em Curitiba em 1997, para sancionar o "lacramento completo de
portas e janelas, proibindo a entrada de desconhecidos" em imóveis
abandonados, visando, neste exemplo, coibir o squat Payoll.


AB – Além dos zines, a militância squatter utiliza também as novas tecnologias como forma de divulgar suas atividades?
Cleber: No caso do Movimento Squatter no Brasil, há
ainda um certo receio na utilização de tais meios como um veículo de
propaganda em favor da causa okupa. Aparentemente, tal desconfiança
parece estar ligada a uma precaução face à represália policial, já que
o ato de okupar implica em litígios jurídicos que revelam as dicotomias
entre o direito à vida e o direito à propriedade, em situações em que
se contempla um maior respeito ao direito de propriedade.

AB – Além dos embates com o poder público, os squatters enfrentam outros tipos de ataque?
Cleber: A causa squatter é abraçada grandemente por
anarco-punks, ou seja, jovens que além de seguirem a cultura punk
buscam na política anarquista um mote de embate social em defesa da
liberdade, da igualdade e contra o capital, valendo-se da autogestão e
da solidariedade. Do outro lado do cenário urbano há os skinheads, por
exemplo. Trata-se de um grupo influenciado por ideologias
nazi-fascistas. São grupos amparados em perspectivas de luta opostas.

Na defesa de um modelo social conservador, os skinheads praticam
ações violentas contra segmentos questionadores destes princípios,
entre os quais os squatters. Para se ter uma idéia dos embates entre
squatters e skinheads, o squat Payoll de Curitiba foi alvo de duas
bombas caseiras em 1998. Um de seus membros foi ainda esfaqueado nas
redondezas da ocupação.

Saiba mais:
Advisory Service for Squatters – Serviço de apoio ao movimento squatter

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Cartaz e slogan da 54ª Feira do Livro viram motivos de piada entre leitores

Por Alexandre Lalekla – CMI POA

O cartaz publicitário da 54ª Feira do Livro de Porto Alegre, edição 2008 tem causado reações diversas entre os leitores. Assinado por uma agência de publicidade
denominada Matriz, traz como imagem principal uma casa de elite
formada por muitos livros empilhados, com chaminé, colunatas e varandas superiores, no melhor estilo norteamericano/vitoriano lembrando os cenários de filmes como o "E o Vento Levou". 


Além da falta de criatividade e síndrome de colonizado passivo evidentes, o cartaz tem sido motivo de risadas para alguns que relacionam sua imagem com a origem da mega
crise financeira: o crédito fácil baseado na hipoteca de casas nos Estados Unidos.  O comerciário Marcos de 23 anos,  afirma que o cartaz é o mais feio em anos. "Mostra essa casa sem graça que não tem nada a ver com a nossa região e que parece ter sido hipotecada várias vezes, tanto que as pessoas estão do lado de fora".

Ler enriquece?!

Seu slogan não fica atrás. "Ler enriquece". "Enriquece quem?!" pergunta a estudante Carina de 17 anos. "Com o preço que estão os livros no Brasil, só pode ser os editores de livros, só eles para morar numa casa daquelas". A estudante que frequenta a Feira do Livro desde 2004, afirma que este ano não comprará nenhum livro nas bancas da feira. "Só vou à feira para escolher os que quero ler, depois em casa e procuro os mesmos livros com preços mais baixos ou faço o download de graça pela internet". Carina diz ainda que não gosta da situação em que os editores colocam os leitores brasileiros: "eles acham que a gente é imbecil, querem ficar ricos nas nossas costas". 

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